quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma questão de interpretação...

Caro(s) leitor(es),

É com muito gosto que aqui venho hoje e com um orgulho desmedido porque ainda não passou um mês desde o meu último post e encontrei mais uma coisa com que o(s) posso atormentar. Pudera a felicidade ser algo assim tão fácil como chagar a cabeça às pessoas e haveria muito boa gente que a poderia vender engarrafada; a felicidade engarrafada, entenda-se, não a chatice engarrafada que essa já há de sobra e não há quem a compre (Vanish Oxy Action Intelligence Crystal White, alguém?).
Mas bom, o que me trás aqui não é a felicidade de quem quer que seja nem, por oposição, a infelicidade de ninguém; estou hoje aqui, às 6 da manhã, não porque sou um rapaz madrugador que tem de ir levar o rebanho a pastar ou apanhar hortaliças a esta hora, ou muitas outras coisas que as pessoas decentes e trabalhadoras fazem mas que a mim não me concernem de todo. Estou aqui pelo simples facto de ainda não me ter ido deitar, o que está a deixar quer os meus olhos, quer os meus neurónios à beira da revolta. Seria uma explicação gira para estar aqui e em parte bastante verdadeira, mas não valeria os minutos de precioso sono que me está a retirar.
Assim sendo, estou aqui para vos colocar, caríssimos leitores, uma questão. Questão essa de interpretação, uma vez que o título assim o solicita e sem qualquer surpresa, porque fui eu que o escrevi há cerca de 2 a 3 minutos.

Gostaria imenso (note-se que quase não caibo em mim, tal é a emoção) que tentassem interpretar este poema que se segue. Não há nada como por essas vossas cabeças habituadas ao descanso a funcionar! E eu sempre adorei trabalho escravo (Nota: A escravidão p'ra mim nada tem a ver com o tom de pele, se alguém quiser efectivamente, por bondade da sua alma, ser meu escravo ou, quem sabe, escrava estou completamente disponível). Devo lembrar-vos que isto já foi tentado uma vez através de um post que chamei "Sufrágio", mas agora interessa-me mesmo uma interpretação por palavras até porque escolher uma coisa que eu escrevi de entre uma pequena lista delas me parece, hoje, extremamente redutor da vossa capacidade.

Aqui vamos nós:

Chave


Meio do primeiro espaço, sobe, segunda linha,

Segundo espaço, curvando-se, passa-lhe a terceira linha

Como uma secante, marcando o descer encurvado,

Dobrado até à segunda linha através do homónimo espaço,

Que toca e passa continuando a curvatura pelo primeiro,

Toca de novo o primeiro traço numa pancada seca que eleva a linha

E a leva de novo ao traço de onde vinha, na mais linda das meias-luas.


Tem agora a forma de um pequeno e sinistro caracol, a preto e branco,

Quando o sol o não doira para que o venha saudar alegremente,

Aqui, se o faz ou não, não importa, que a curva continua excentricamente,

Serrando numa diagonal pouco comum: o segundo espaço, a terceira linha,

O terceiro espaço, a quarta linha, o quarto espaço, a quinta linha,

Lançando-se no vortex além! Até que, ninguém sabe porque, a curva volta

Volta envolta em mistério e na revolta com que impiedosa e fina cai sobre

Todas as linhas e todos os espaços, descendendo, como a espada de luz

Que corta a negra cortina de seda que até aí não significava coisa alguma…


E quando se pensa que acabou o corte, eis que a linha vira

E se arruma à sua direita, esquerda nossa,

Engordando num ponto de excesso que nenhuma linha quereria ter.

Esta o tem, por razão que desconheço;

Não acaba no oblíquo corte de espada e iluminação

Tem de o ter p’ra que se quebre o mistério das linhas, dos espaços duros,

Precisa da forma que tem…


P’ra quem vê pontos escuros.


Na escuridão.

Rafael Cardoso Oliveira


Agora é só dizerem de vossa justiça o que acham que o texto significa, é fácil e acho que até ficou uma coisa mais ou menos soberba. Estou a brincar, ficou, por certo, soberba (espero que entendam que a ironia é uma coisa gira).

Citação Chave:

"Never tell everything at once"
Ken Venturi

"The art of dinning well is no slight art, the pleasure not a slight pleasure."
Michel de Montaigne

I told'ya not to touch that darn thing...

7 comentários:

A mais nova disse...

isto és tu a descrever o movimento daquele cubo, que se vai transformando em bola e em flor, que antigamente toda a gente tinha como protecção de ecrã.

acertei?


podias fazeres disto (postas regulares) um habito.. :)

Rafa disse...

Por acaso não é o movimento dessa afamada protecção de ecrã xD Mas achei piada à ideia.

A noção que isto descreve uma forma, um movimento, está certa.

Pista Inútil: É uma coisa muito mais mundanal.

Anónimo disse...

CLAro que VEndo as coisas DEssa forma tudo é SOLarengo... ai! desculpa, soberbo ;)

Rafa disse...

A minha mais sentida admiração ao anónimo, estou a aplaudir esse comentário neste momento. Muito bom!

vai, Com isto, mantER-se o anonimaTO?

Pi' disse...

Or.a. Bo.l.as! R.e.spondI certa de ter autoGrAfaDo A resposta .X.D

So par.a. sAbereM, AtRavEssei o tabuLeirO da po.n.te .D. Luís a pé, Foi MUito bom, Pe.r.to de 5 estrel.a.s

.o.k.?

Luís Miguel disse...

Clave de sol, ou clave-de-sol?

Ficou a doce memória dos meus 5 anos, em que a aprendi..

Não contei linhas, nem pontos escuros, e talvez eu esteja errado, uma solução de um poema tem todo o direito de não se acusar como clave-de-sol (ou clave de sol, há que ter atenção aos acordos ortográficos)

Devia ter mais tempo para mim, para este blogue, devia..

Um abraço, de cada vez

Nome? HAHAHA disse...

Lies, nothin' but lies! I clearly know every single word of that text, well, duh, and I can say you're a damn liar. Yeah. Liar!

You have to read that to me some night when I can't sleep. Like a bedtime story. :D

Haha, the verification word is "copiehe" = copy here, kinda. xD