domingo, 6 de julho de 2008

Musa Inspiradora

Em momentos desinspirados escrevem-se coisas destas. A temática sempre é mais agradável, para os mais sensíveis. Para mim é-me indiferente, são cinco da madrugada, tenho mais em que pensar.

Musa Inspiradora

É hoje o dia de escrever à dos cândidos cabelos,

Dos olhos fundos, da boca encarnada e elegante,

À dos dedos longos, tez firme e mui brilhante

Que, quando no chão, apoiada nos cotovelos,

Balança os pés, encaracola mais os cabelos

E escreve poesia forte e fulminante.


Em sua alta pose de escritora é tão constante

A harmonia que exala dos seus magnos dedos,

A forma como breves deslizam pela folha

Desvelando esses sexuais segredos

De medos, de ousadias, de rituais, presos

Nessa bolha de sabão que são os sonhos,

Que são as vidas, que é luz

E a escuridão.


Tamanhos são seus olhos, tamanhos são,

Que minha mão quando se por eles vê observada

Não diz nada, cala a palavra e a inspiração

Expira-se e não volta mais.


Tais são os seus odores, são tais

Que me volta a inspiração em sonhos sensuais

Ou desejos que o homem em mim suplica.

Mas essa sede não se sacia de águas carnais

Antes de palavras em papel que o corpo não explica.


O corpo não quer saber da minha musa

Nem sequer o homem em mim,

Sou eu quem a mim se acusa

De, no fim, não ser só as minha ideias.


Só as minhas ideias são a minha musa…


(Di-las-ei feias?)


Rafael Cardoso Oliveira



Citação Inspiradora:

"Viver não é necessário, o que é necessário é criar."

F.Pessoa


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