Caríssimos,
Vou, em seguida apresentar-vos um poema e fazer uma sondagem em relação a ele, passo a explicar:
Vou, em seguida apresentar-vos um poema e fazer uma sondagem em relação a ele, passo a explicar:
Gostaria de saber se realmente a maioria das pessoas que lê que escrevo o entende minimamente, pois que não tenho muito feedback de comentários (por mais ou menos que sejam as pessoas que, por acaso ou infelicidade, vêm aqui parar). Eu percebo, é tremendamente enfadonho estar a explicar-vos isto e eu, para todos os efeitos, sou o dono deste blogue, imagino portanto o suplício que será escrever comentários sobre, e ainda p'ra mais, poemas sobre os quais não deve haver muito que se lhe diga mais do que "Gostei" "Não gostei.". Há também, caríssimos, que ressalvar os que me dizem directamente o que pensam dos poemas, vale mais que qualquer comentário aqui (não querendo com isso denegrir quem comenta ou faz tenção disso). Sem mais delongas vou escrever aqui o poema e submetê-lo e submeter-vos a dois sufrágios. Não vou dizer para não se sentirem pressionados pois não primo pela hipocrisia, além disso é mesmo essa a ideia. 3 Clicks, não peço mais, votam num, votam no outro e vão à vossa vida.
Em alto posto fita a noite negra com olho prateado,
Vê nela a prisão e a presa, a precisão e a perfeição,
O sangue dardeja nas veias, o coração é assombrado
Pelo assombro vário do defeito, do som, da detecção.
O vento ruge-lhe nos ouvidos, o mar estruge na lonjura,
Urge o tempo, surge-lhe a visão, a mão negra e dura
Cerra-se por sobre a ferramenta do ofício, só, só e seu,
Sua a face, mas não teme, tudo é simples, mestria pura.
Move-se a planura gramínea mais sonora que o ateu
Passo do enteu enviado p’la grandíloqua loucura,
Loucura d’outrem, ele apenas, qual fero Anteu
Preso às garras da mãe, exibe-se ao dano e desventura
Por conta dess’outra conta. Só consigo…são e sandeu.
Não há sombra’scura que o escude, morte que o agasalhe,
Ele é a sombra, ele é o detalhe em que a morte tem gosto,
Em áureo passo lesto, mais que humano em tudo o resto,
A sombra o revela, por sua escolha, reluz-lhe o rosto…
Felino instinto lhe move a musculatura contra a escabrosa
Muralha que não lhe é mais que chão, e a mui venenosa
Armadilha que matou tantos outros, é meio vão
Pela perícia ancestral e sábia mão
Que lhe guia o mover divinal
Da perfeição…
(Vê trifauce cão a Parca afiar a lâmina cortante,
Por que seja cortado o fio fiado até ao dia derradeiro,
E se lhe não chegou, à Parca, o respirar distante
Último de quem já à morte sente o cheiro,
È não por falta do que à negra morte traz diante
Os pagos por não verem o raiar primeiro
Do astro que tem no céu reino d’alvor,
Que cair fez uns e outros por seu rubor.)
[(]Cai a mão e o fio desliza, cortando ambos no mesmo instante,
Com perícia, um por condição outro por precisão acutilante,
A vida que tomada é, com prazer grande pera o mundo
Que se rege por outro brilho, menos brilhante, mais profundo.[)]
Aquece agora a sombra o filho que’à Terra garantiu,
Sumindo-o ainda mais rápido que o fez aparecer,
‘Sfumando-o com o mesmo fogo frio com que ungiu
As mãos cruéis que ao mundo tiram por receber…
Sem receio, pois o temido ele aqui comanda,
‘Scondido pelo ódio que lhe dá sempre de comer…
Inflamado pelas chamas negras qu’incita e abranda
Nosferatu letal, que (se) oblitera, flor-de-lis fatal,
Oculto nessa demanda, ó sombra, quem é hoje à espera?
Vê nela a prisão e a presa, a precisão e a perfeição,
O sangue dardeja nas veias, o coração é assombrado
Pelo assombro vário do defeito, do som, da detecção.
O vento ruge-lhe nos ouvidos, o mar estruge na lonjura,
Urge o tempo, surge-lhe a visão, a mão negra e dura
Cerra-se por sobre a ferramenta do ofício, só, só e seu,
Sua a face, mas não teme, tudo é simples, mestria pura.
Move-se a planura gramínea mais sonora que o ateu
Passo do enteu enviado p’la grandíloqua loucura,
Loucura d’outrem, ele apenas, qual fero Anteu
Preso às garras da mãe, exibe-se ao dano e desventura
Por conta dess’outra conta. Só consigo…são e sandeu.
Não há sombra’scura que o escude, morte que o agasalhe,
Ele é a sombra, ele é o detalhe em que a morte tem gosto,
Em áureo passo lesto, mais que humano em tudo o resto,
A sombra o revela, por sua escolha, reluz-lhe o rosto…
Felino instinto lhe move a musculatura contra a escabrosa
Muralha que não lhe é mais que chão, e a mui venenosa
Armadilha que matou tantos outros, é meio vão
Pela perícia ancestral e sábia mão
Que lhe guia o mover divinal
Da perfeição…
(Vê trifauce cão a Parca afiar a lâmina cortante,
Por que seja cortado o fio fiado até ao dia derradeiro,
E se lhe não chegou, à Parca, o respirar distante
Último de quem já à morte sente o cheiro,
È não por falta do que à negra morte traz diante
Os pagos por não verem o raiar primeiro
Do astro que tem no céu reino d’alvor,
Que cair fez uns e outros por seu rubor.)
[(]Cai a mão e o fio desliza, cortando ambos no mesmo instante,
Com perícia, um por condição outro por precisão acutilante,
A vida que tomada é, com prazer grande pera o mundo
Que se rege por outro brilho, menos brilhante, mais profundo.[)]
Aquece agora a sombra o filho que’à Terra garantiu,
Sumindo-o ainda mais rápido que o fez aparecer,
‘Sfumando-o com o mesmo fogo frio com que ungiu
As mãos cruéis que ao mundo tiram por receber…
Sem receio, pois o temido ele aqui comanda,
‘Scondido pelo ódio que lhe dá sempre de comer…
Inflamado pelas chamas negras qu’incita e abranda
Nosferatu letal, que (se) oblitera, flor-de-lis fatal,
Oculto nessa demanda, ó sombra, quem é hoje à espera?
Rafael Cardoso Oliveira
Citação do dia:
"The skill of writing is to create a context in which other people can think"
Edwin Schlossberg
Ao sufrágio, senhoras e senhores, vamos a votos!
Opressão..