É sobejamente engraçado estar aqui, no dia já 3 de Janeiro de 2010 a escrever o que vou escrever. Todos, por certo, estão recordados desses tempos há muito idos em que o inglês nos era ensinado no ensino público (ou privado) como forma de nossa tão vasta instrução e em que nos era pedido, por alturas do ano novo, que escrevêssemos aquilo que seriam as New Year Resolutions. Geralmente 10, não mais do que isso, eram simples frases que discorriam sobre o que queríamos mudar no mundo ou no nosso mundo no ano que se avizinhava; nada de complicado, nada de mais bonito, nada de tão Miss America. Para salvação dos males e expiação de todos os pecados, as pessoas tendiam, e ainda bem, a focar-se no que queriam para os seus pequenos mundos e abstinham-se do discurso enfadonho e gasto da paz no mundo e do acabar com a guerra e com a fome, por não estar ao nosso/seu alcance executá-lo ali, por ser hipocrisia pura e dura e porque, em boa verdade, a mudança tem de começar em nós e, no nosso egoísmo de desejarmos tudo para nós, há que desejar que também mudemos. Ámen.
Mas não é de moral ou ética que venho falar, que isso é também aborrecido por estas horas e achei por bem, hoje, nestes primórdios de um tão novo ano que se nos apresenta, brindar-vos com algumas Revoluções ou Resoluções de Ano Novo. "Isto porquê?", perguntam vocês com a liberdade que aqui não vos assiste mas que eu perdoo, ao que eu respondo porque defini o objectivo sincero de fazer o maior post de sempre, mas dividido em fragmentos. 10 para ser exacto. 10 porções de morte em pó a que basta juntar água, naturalmente, para ingerir sob a forma de uma potente solução aquosa. São 10 temas que não têm grande relação entre si, ou mesmo nenhuma, 10 coisas de que me lembrei de falar. Isto deverá bastar como explicação inicial. Apertem os cintos e agora com a voz do homem dos carrinhos de choque do tão afamado Senhor de Matosinhos: "Mais uma viagem, mais uma aventura. Insira a fichinha na ranhura e não saia enquanto os carrinhos se encontrarem em movimento."
10. A Resolução "Musical": Il Divo e Apolo
Isto é rigorosamente verdade. Existe, senhoras e senhores, um grupo musical que se denomina Apolo e que é aquilo a que se tem chamado de "Os Il Divo portugueses". Alegria. Satisfação. Felicidade. E acima de tudo ironia, é tudo quanto vos tenho a dizer. Meus caros, os Il Divo não são uma boa ideia; e uma adaptação de algo que não é bom, não poderá, probabilisticamente falando, ser melhor. E isto assusta-me.
Eu sei que há uns quantos de vós que estão tão temerosos quanto eu, isto é efectivamente muito mau. E o pior é reparar nas similitudes entre os dois grupos. Se repararem bem, o individuo mais à direita na foto dos Il Divo, que sorri e que doravante designaremos por Ramon pela sua nacionalidade espanhola, tem uma cara de matador inigualável por qualquer ser que já tenha, que esteja ou que venha a pisar esta terra. É um sacador natural e a sua sensualidade não conhece o limite do aceitável. Podem procurar no google quantas fotos vos aprouver que em todas elas o seu charme latino está presente. Note-se também as suas sobrancelhas, que compõe sempre, pelas posições estranhas que adoptam o seu quadro de 'El Matador'. Poderia agora discorrer igualmente sobre o equivalente português, senhor mais à direita na foto dos Apolo, mas não me atrevo aquela expressão de saque está quase a funcionar em mim. Nunca se equipara à de Ramon, porque é impossível, mas é de uma qualidade soberba. Gostaria ainda de ressalvar a riqueza expressiva e emotiva do indivíduo mais à esquerda na foto dos Apolo, é simplesmente extra ordinário; penso, sempre que contemplo, em choque e admiração, esta foto, que quem um dia disse que uma imagem vale mais que mil palavras, certamente viu um ancestral deste senhor, por tão rica linguagem não falada que sai de cada poro da criatura. Lamento, meus caros, eu não consigo suportar estas adaptações de músicas com o pretexto de tornar a música "clássica e erudita" mais próxima das pessoas menos instruídas. Isto não é música clássica, simplesmente por não o ser. Respeito quem nutre algum gosto por ouvir isto, mas só não arranjem desculpas destas. É ridículo. E até o Ramon o sabe.
9. A Resolução do Comodismo: O Estado Laico
Será esta uma resolução curta, que deverá atingir como um dardo envenenado os corações dos ateus e dos agnósticos, dos não crentes, dos crentes não praticantes, dos crentes que achavam que criam mas afinal não criam assim tanto, enfim, todos os que crêem em algo diferente daquilo em que o que o nosso Estado dito laico, por definição, acaba por crer. Vivemos num país maioritariamente mais que cristão, católico e temos, com isso, todas as consequências inalienáveis que isso nos traz. Temos um catolicismo a que nos acomodamos tanto que festejamos todos o Natal (e não me venham dizer que não festejam o Natal, mas sim aquela festa pagã a um qualquer deus) por ser moda, por ser natural que assim o façamos, por não ser ideologicamente execrável fazê-lo e porque é bom receber presentes. Os feriados religiosos são ridículos num Estado dito leigo, não fazem sentido, mas fazem jeito e fazem pontes também. É mais uma daquelas revoluções de ano novo que nunca acontecerá, tal como quando a maior parte dos fumadores promete que vai deixar o seu vício, ou a maior parte das pessoas com óculos diz que vai tentar usar lentes de contacto, ou a maior parte das pessoas obesas que vai começar a fazer dieta. Marca-se a hora do inicio do ano para tudo, mas escrevendo a lápis numa agenda que se vai deitar fora ainda a semana não terá conhecido o seu fim. Temos os feriados porque é bom tê-los, não porque sabemos o que eles são, muitas das vezes, não fazemos nada porque é moralmente inaceitável lutar contra o nosso direito major de não fazer nada, enquanto cidadãos deste Portugal tão de nada feito e tão em nada assente com as suas "nalgas" gordas, suadas e peludas.
8. A Resolução da Inutilidade: Os twitter's, hi5's, facebook's e afins
Eu, sobre esta matéria, já me pronunciei longamente. Tudo o que disse em relação ao hi5 estende-se quase excelentemente ao facebook. Mas o twitter, quando soube que, basicamente, é um local onde escreves textos de um máximo de 140 caracteres a que tão patetica e parvamente se chamam "tweets" a dizer coisas como, ou reportando sobre, o estado do tempo nas Cataratas do Niagara ou no pico mais agreste dos Himalaias, fiquei em choque. São SMS's por computador, na internet, e pior que serem é o orgulho com que admitem sê-lo. "Sim! Realmente nós somos uns gajos que tivemos esta ideia brilhante de fazer crer 10 milhões de pessoas que escrever uma SMS e enviá-la por telemóvel para 140 pessoas é parvo, mas se o fizeres na internet, é um tweet!" Duas palavras: Ri-dículo.
7. A Resolução da Insuficiência: O ter de escrever sobre 10 temas
Sou um insuficiente, mas este foi um dos melhores temas que aqui surgiu, eu bem poderia dissertar sobre coisas interessantes ou mesmo giras, mas não; estou a falar dos Il Divo, dos Apolo, do twitter, do hi5 e de uma série de coisas que me fazem muita comichão. A melhor parte é que nem sequer sei bem o que dizer quanto a este número 7, que aqui se encontra apenas como bote salva-vidas e como mais umas quantas linhas de tédio de morte para o leitor mais voraz, mais audaz, ou então mais idiota.
É melhor seguir em frente, porque a temática já vai longa para algo que não diz nada de nada.
6. A Resolução da Pena: Os programas de televisão do Fim de Ano
Pena, meus caros, pena, muita pena e muita vergonha alheia. Não admira que os Maias (não os do Eça, os gajos da América do Sul) tenham previsto o fim do mundo lá para 2012; já sabiam eles, e aposto que o têm gravado em algum dos seus edifícios em jeito de hieróglifo uma mulher berrando muito alto enquanto algo que primeiro se pensou ser uma mulher junto dela se pavoneia; digo pensou-se porque depois se decifrou que seria Manuel Luís, o Goucha, que se assumiu como homossexual há pouco tempo. Quanto a isto nada contra, assim já andamos prevenidos porque ele até era daqueles que nunca levantou qualquer tipo de suspeita, no tempo do bigode, claro está. Mas, por favor, por piedade, este tipo de programas de música e galas no final do ano tem de acabar. É simplesmente demasiado doloroso. Especialmente com a tia Júlia, mulher que admiro pelo seu sadismo, pela sua voz de rouxinol e pela sua fermosura. Falo do sadismo dela simplesmente porque é admirável como a Tia Arlinda, mulher que foi muito dada enquanto jovem e que muito sofreu com a morte dos seus 7 maridos todos por causas naturais e do seu gato Jeremias Alfredo, na semana passada, e que está agora com uma "trembose" e que sofre "hiptensom" e a nossa querida Júlia é capaz de ouvi-la até lhe dar na gana e ter de pedir à senhora, que está ali a pôr a nu a sua alma virginal uns minutos, que interrompa o temporal de desgraças para ela ir dar dinheiro no "Cara ou Coroa". Quando volta, já lá não está a tia Arlinda, para alegria da tia Júlia, a nossa Oprah.
5. A Resolução da Música: Tuba Mirum Spargens Sonum!
Tinha de andar com este requiem, esta música de morte, para os mortos e muito mais para os vivos. Não tenho muito a dizer quanto a isto, esta música seduz-me mesmo. Mata-me. E faz-me pensar sempre, inevitavelmente, na coisa mais bonita da linguagem. O som. Como seria o português se só o ouvíssemos soar, sem o perceber? Eis algo que nunca saberemos se estamos a ler (ou a escrever) este texto. Por isso é que o latim me dá cenas. Porque é, talvez, o mais próximo que consigo chegar da total incompreensão, e do som bonito das palavras, só por o terem. O som.
Não sou capaz de deixar este 5 sem mais uma parte desta missa: Rex Tremendae!
As traduções acompanham a letra em latim nos vídeos, nada mais há a declarar aqui.
4. A Resolução do Boneco Animado: O Team Fortress 2
Isto é realmente o culminar do pensamento, justo e certo, de que realmente este post é longo e maioritariamente desinteressante. Quanto ao Team Fortress 2 não consigo falar muito, é um jogo emocionante para quem o não conhece, e mesmo para quem o conhece. Deixo-vos apenas o link para o blog TF2 para a parte dos videos, que é a melhor. E já agora, uma fala de cada personagem:
"Looks like they'll have to glue you back together...IN HELL!"
The Demoman
"Hmmph mmhp mmmph!"
The Pyro
"I am ze ubermensh!"
The Medic (médicos nazis é que é!)
"If you order now I'll give you a second beating absolutely free."
The Scout
"LEETTLE MAN STEAL OUR CART!"
The Heavy
"You know what you and Jane Austen have in common? You're both dead women."
The Sniper
"If you managed to kill them I asure you they were not like me..."
The Spy
"You are a spineless worm! You are a mistake of nature! You are walking vomit!"
The Soldier
3. A Resolução da Comida: O New York Crispy
Porque eu queria comer... e comi. Não é grande coisa ou então, na expressão popular que passei a adorar, "Não é lá grande pistola."
2. A Resolução Improvável: Um espetáculo provavelmente bom.
Ora aí está uma das poucas resoluções que proponho que vale a pena realmente; é incrível. Teatro de improvíso no Brasil. Genial é o mínimo que se pode dizer, uma vez mais funcionam os videos no final desta página que vos ajudarão a encontrar esse grande espaço humorístico que é o Improvável. Não tenho muito a dizer porque já estou cansado, muito cansado mesmo, e não sei mais o que escrever.
1. A Resolução das Resoluções: O Ano Novo
Aqui chegamos ao cerne da questão.
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
E...
Na verdade, meus caros, não acontece nada. Não se lança um foguetão, não implode um prédio, não se ganha a final de uma competição aguerrida. Nada. Chega o zero e nada. E as pessoas festejam loucamente! Mas festejam o facto de os outros estarem a festejar, isto é pura pressão do grupo, é a pressão dos foguetes e do álcool a dizer para festejarem. Os islâmicos estão em 1390, o ano novo é daqui a dois meses e nestas contagens decrescentes não lhes sucede nada; e não, não é por não poderem consumir álcool. Na realidade esta contagem ainda se torna pior com a Júlia Pinheiro a contar, porque aí uma pessoa conta que aconteça MESMO alguma coisa. Como um piano a cair na cabeça dela, eu sei lá. Não é que eu deseje nada de especialmente nefasto à senhora, nada disso. Apenas gostava que no ano novo, na passagem de ano acontecesse realmente algo que dissesse que há algo diferente. Até lá, a passagem de ano é um mito, e o pessoal islâmico é mais inteligente que nós, que não cai nesta esparrela comercial. E o melhor é saber que há os acreditados nas teorias da conspiração e os desacreditados no aquecimento global que acreditam que a passagem de ano é algo, uns com fé demais outros com fé "de menos".
0. Resolução do Fim: Uma resolução para libertar
Um poema. Porque 10 é par e as coisas giras são ímpares. E só aqui acontece algo no zero...
Sê completamente livre
Está liberto, sê liberto, vive de liberdade.
Bebe tudo quanto possas e esquece o que tiveres,
Muda, mata, mutila, move, morre, morde, marca,
Que tu és tudo, a vida é tudo e além desta comarca
É só verdade o tudo e nada que quiseres.
Sê um homem ou mulher de mil mulheres,
De mil homens, de mil sonhos, de mil lideranças;
Sê o terror austero que fulmina, cruel, as esperanças
E a sombra quente que afaga os refugiados.
Sê o mar que afoga os inocentes e que faz naufragar
Os condenados e os mortos nas mesmas areias
Indecentes, ardentes, de pedra escura.
Sê a tua igreja de pedra e pensamento, batina e estrutura,
Sê o hábito e a morte que ele(a) leva dentro, a devoção,
A piedade e a quietude e a chacina e o memento
De alta e santíssima e devassa escuridão.
Sê tudo e de tudo nesta libérrima prisão
De não ter rédeas nem escolha fácil, antes total
Escolha irracional impulsiva e de coração
Que desmerece por ser humana e tão fatal.
Mas não importa, não penses, não reflictas
Um segundo: podes deitar tudo a perder.
Que a liberdade não está em ser nem parecer,
Querer ou não querer, matar ou não morrer.
Diz ao mundo que te quer morto que (não) tens vontade!
Mata-te, arrisca-te, come-te, priva-te, goza-te, desperta-te
E vive de liberdade!
…liberta-te…
Rafael Cardoso Oliveira
Citação Resoluta:
"Breathe the free air again, my friend.[...] Too long you have sat back in the shadows..."
9 comentários:
queres uma resolução para 2010? escreve uma fado. e depois canta-o para nós.
n li o texto todo, p isso se isto ja foi uma das 10 resoluções, peço desculpa. já á tarde, amanhã termino a leitura.
até dia 22, ou por aí..
ou então UM fado, também pode ser. já É tarde, eu avisei...
É tão difícil libertar-nos de tudo. Eu acho. Com os dias a passar as coisas vão acorrentar outra vez, depois outra...
Gostei muito. Para mim liberdade é passear à beira mar e há muito que não sou livre. É bom ter como lembrar de ser livre!
Parabéns, Sr Rafa :)
Para mim liberdade é ter o bom senso de apesar de se poder dizer o quão indignado e enervado se está com o mundo, não o dizer (desta forma eclética). És ridiculo ao ponto de falar mal das caracteristicas fisicas de cada um, és racista e mostras a tua ignorância musical dizendo que il divo não são uma boa ideia. Faltou.te dizer que não cantam bem. E só para que conste nunca ninguém atribuiu o género clássico a Il Divo. Deves ser perfeito tu, pelo que escreves.
Caro "The Joker",
Eu não estou enervado ou indignado com o mundo e é de notar o quão paradoxal é o teu comentário. Passo a explicar:
"Para mim liberdade é ter o bom senso de apesar de se poder dizer o quão indignado e enervado se está com o mundo, não o dizer (desta forma eclética)"
Pelo que assumo que chamar-me "ridículo" e "racista", por razões que desconheço, torna todo o comentário que fizeste pequeno.
Se eu gosto ou não de Il Divo isso só a mim diz respeito e o descrever as características fisícas de alguns elementos foi algo que só achei engraçado fazer. É aquela liberdade quase despótica que me dá o blogue, o falar de ideias que até nem são os meus ideais. São ou foram as ideias que tive na altura e às quais achei alguma graça. Não te vejo a lutar com tanto afinco pelo bem estar de Júlia Pinheiro quando a sujeito a uma morte dolorosa com um piano na cabeça (por amor da coerência).
Quanto a ser perfeito ou não: Isso é claramente de quem não percebe o meu propósito de criar uma personagem para autor deste blogue também. É ridículo fazer-me superior a algum dos leitores dizendo "Mortais" tantas vezes quanto digo mas tem um factor cómico giro, à falta de palavra melhor.
É irónico ser "dono e senhor" de algo que se esfuma com um clique num X no canto superior direito do ecrã.
O meu reinado só dura aqui dentro e tomo as liberdades que entendo para escrever sobre coisas que possivelmente até nem entendo bem só porque acho engraçado fazê-lo. Não é questão de descuido ou displicência é uma questão do quase libertinismo que aqui impera.
Levar este blogue, em muitos dos seus aspectos, a sério é um desrespeito à inteligência e ao tempo e sinto-me triste por ter de justificar isto.
Caro "Rafa",
Agradeço o teu erro inicial. Passo a explicar:
"Para mim liberdade é ter o bom senso de apesar de se poder dizer o quão indignado e enervado se está com o mundo, não o dizer (desta forma eclética)"
Pelo que assumo que chamar-me "ridículo" e "racista", por razões que desconheço, torna todo o comentário que fizeste pequeno.
Tu não és o "mundo". Só para que fique esclarecido. Desde já obrigado.
Quanto a seres perfeito ou não: nao és. Ninguem é, e se alguém o fosse, com certeza não centraria o conteúdo dos seus discursos cibernáuticos em "ideias que achou graça", "factores cómicos" ou ironias esfumaçadas.
Relativamente à questão Júlia Pinheiro nem me vou pronunciar veementemente, só reforça a ideia com que fiquei do "autor deste blogue".
Depreendo que, segundo o que dizes, desrespeitas a inteligência e o tempo fazendo poemas, estou certo? Incoerente, no mínimo.
Sinto-me triste por ter de te mostrar as tuas erratas.
Caríssimo "The Joker"
Já que estamos numa de usar expressões cuja compreensão passa bem além do que queremos escrever só para parecer bem e não pelo bem do parecer, vamos entrar aqui por caminhos cacofónicos de cerração verbal que o comum dos mortais não irá entender só para que a limpeza que um texto deve ter se atafulhe de uma parafernália de termos sitibundos de uso e cheios, eles, de pó e lodo que lhe atirou a língua que falamos, por simplista.
Eu gostaria imenso de perceber o teu primeiro parágrafo do comentário, mas tenho a sensação que foi apenas um "Copiar Colar" do que eu escrevi, sem qualquer acréscimo ou análise.
Quanto a ser perfeito ou não: gosto do teu comentário Miss América, cheio tão de nada quanto de tudo o que qualquer miúdo de 5 anos iletrado chega à conclusão. Que ninguém é perfeito, que a fome é uma coisa má, que a guerra devia acabar e que as pessoas gostam de lutar com armas nas quais são pouco hábeis aprendizes sei-o eu. Obrigado
Sei também não ser o mundo. Mas surpreende-me que o digas de forma tão incisiva e, isto sim, veemente.
Como eu disse no meu comentário anterior, como ressalva, levar este blogue, em muitos dos seus aspectos, e sublinhe-se as palavras "em" "muitos" "dos" "seus" e "aspectos" que constam do aposto, é um desrespeito à inteligência e ao tempo. Interpretá-lo à letra é esse desrespeito, lê-lo como se fosse o jornal da manhã é insultar-se.
Em última análise, escrever é-o também e não percebo onde reside a incoerência de, mesmo assim, achar que escrever poesia pode ser um exercício fútil de inteligência e de tempo que não valerá o esforço. Não vejo incoerência nisso.
Nunca poderás mostrar-me as minhas erratas porque, por definição, errata é um substantivo feminino que é
"Indicação de um erro em livro ou qualquer impresso (seguida da correspondente emenda)."
Logo sendo "indicação" e sendo "minha" tu não podes mostrar-me indicações minhas se eu não as tiver mostrado a ti primeiro ou, neste caso, nem sequer as tiver feito. No máximo podes mostrar-me os meus erros que acho que era o que querias dizer, se não tivesses querido almejar (de)mais.
O exercício de descortinar o teu discurso tem-se provado agradavelmente fútil, com peso igual no advérbio e no adjectivo. Mantens-me entretido e o blogue funciona como devia.
Apelo a que tentes ler um pouco mais o que escrevo e ler um pouco mais no geral, visto que o teu comentário passa completamente bem como um P.S. do que escreveste acima sem analisar uma única palavra do que eu escrevi.
Isso sim, torna uma conversa incoerente, porque deixa, por definição, de ser uma conversa.
Congratulo-te pela perspicácia inicial do teu comentário, dado que, ao contrário do habitual, começas a atacar e não a defender. Mostra não-indiferença, tentativa de repor a tua superioridade.
Quanto ao que não percebeste, tenho pena que só consigas fazer a tua análise e não consigas ver várias interpretações nas frases que "colei" com o intuito de te fazer reflectir sobre elas, a ver se finalmente conseguias deixar de olhar em frente para o espelho e conseguisses olhar para o teu lado onde podem estar outras pessoas com outras visões e juízos de valor, apesar de tudo não-tão-paradigmáticos como os teus, é claro...
A parte do "perfeito" e do "mundo" vinha relacionada ao pensamento anterior das frases, mas mais uma vez mostras que não consegues encadear pensamentos, lês frases soltas e não o comentário como um só. Nem uma frase de intervalo após o copy-paste que fiz deu para tu perceberes que aquilo se trata de uma resposta e de uma ilação que tirei das tuas próprias frases.
Nada de novo, para ti, portanto.
Ainda bem que não consideras incoerente, porque a existência deste blog não é nada incoerente com a sapiência que tentas transpirar nele...
Quanto à conceptualidade da palavra errata:
"Errata é uma correcção tipográfica feita num livro, manual ou publicação" - wikipedia, nao te esforces a procurar.
Lendo-se publicação, Júlia, e tendo em conta que o que fazes a cada clique no separador "post" é publicar, tenho-me no direito e reclamo a capacidade de editar algo que apesar de "teu" é, no fundo, para os outros. Há quem tenha diários e escreva neles. E nestes não posso eu declarar erratas.
Reparei também que colocas a tarefa de descortinar o meu discurso no mesmo saco que o conteúdo do teu blogue, portanto qualquer esboço de ataque que tenhas feito ao meu discurso desvanece-se pela atrapalhação que é a tua resposta e reflecte-se no que dizes fazer neste blogue.
Caro "The Joker"
Eu não vejo esta argumentação de uma perspectiva "ataque-defesa" tão vincada como queres fazer parecer que é e, desse modo, não tenho necessidade absolutamente nenhuma de me provar superior a seja quem for. Já disse isto anteriormente e, passando a redundância, volto a repetir: se, nos textos, faço figura de superior é só uma questão estilística e não mais do que isso. Uma liberdade que, valha a verdade, me assiste, ainda que me venha "engrandecer" sozinho, que não faz mais do que isso.
Há também que compreender que não tenho obrigação de compreender os misteriosos enigmas que são o "Copiar Colar" frases do meu discurso e esperar que eu as interprete diferentemente sem sequer fazer referência a isso, até porque, sendo eu quem as escreveu, lhes darei o tom e o sentido com que as escrevi e não outro, obviamente.
A mensagem quase subliminar do "espaço em branco" fez-me rir. Isso sim entra no campo do ocultismo e da linguagem não verbal que uma série de caracteres planos, traduzidos em pixeis, não permite.
Eu não pretendo sequer dar o mais leve odor de sapiência neste blogue, longe de mim. No dia em que poesia for sapiência estou perdido até porque de poesia pouco sei. Sei por palavras numa ordem que acho bonita; sonorosa, se quisermos ser ousados. Bonita, para mim, a ordem e o adjectivo aplicado à minha prática, é o termo indicado. Quanto à prosa, são só ideias que, a mim, me fazem rir ou sorrir, é tudo quanto me baste.
Continuo a defender que usaste do termo "errata" de forma completamente desordeira. Não te compete a ti corrigir o que o autor de algo faz a não ser que te seja explicitamente pedido; uma vez mais, se quiseres apontar os meus erros e criticá-los até ao ponto de dor és mais do que bem vindo, se outra coisa não tiveres feito até agora.
Descortinar e ter comentários é parte do conteúdo deste blogue e não considero a minha resposta digna de mais ou menos merecimento ou crédito do que qualquer uma das tuas. É a minha opinião e vale o que vale, que vale quase nada, se nada não valer mesmo.
Rogo-te que atendas ao facto de isto estar a ganhar demasiada importância e ser uma discussão que não vai levar ninguém a parte alguma.
Até porque, convenhamos, e usando de um argumento ad hominem que muito me custa (sublinhe-se que faço isto a contragosto e isto de nada vale para efeitos desta argumentação), discutir com alguém que se denomina "The Joker" sem saber sequer de quem se trata ou o propósito que o leva a criticar tão insistentemente um texto que tudo tem de parvo, por função e tarefa, me faz sentir o quanto tempo livre tenho à disposição, apesar de pensar que o não tenho. E até mais: de quanto tempo perco a pensar no que hei de dizer para terminar, sem ignorar, esta tão inútil quanto inócua discussão.
Uma vez mais temos vindo a atentar contra a inteligência e o tempo; acredito piamente que há coisas melhores parar ler e fazer.
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