segunda-feira, 21 de abril de 2008

Fora

Já que a sensibilidade de um fere a sensibilidade de muita gente e, por razões sensíveis, não podem ser publicados versos (ou muito tardam em sê-lo), far-se-á aqui a publicação. Não tem este poema o intuito de ofender ninguém, ou não teria intuito algum (releia-se a frase se não apreendida numa primeira leitura). Vamos ao que interessa:

Fora

A carne engana a luz, dissolve a sombra, oculta a escuridão,
Priva os veros olhos de encontrarem na pilha de excremento
Algo que brilhe, que valha a morte, algo mais que a podridão
Reverberante em cada traço do corpo, em cada movimento.
Embebedam-se os sentidos com vinhos estragados e usados
Nega-se o eu, vomita-se o eu, é-se consoante os aceitados
Cadáveres estuporados que pendurados vão nas bancadas…
Inconsciente e cega a noite espreita: os corpos suam de temor,
Acende-se um cheiro frio de varejas comendo carnes mastigadas.

Frio gélido de horror de cada um; os mortos andam e fingem as vidas,
Erebus mostra as faces ensanguentadas, o rosto amaldiçoado,
A morte vem, alimentada deles, verte-se a alma p’las f’ridas

Corvos banqueteiam-se das cabeças caídas,
O pó é sangue, é de sangue a estrada,
Estou cansado…

Rafael Cardoso Oliveira

Citação de força:
"If you want my strength, you must pay the price"
Yojimbo, FFX

Ao xis branco em rubro fundo!

2 comentários:

Anónimo disse...

ora aqui esta a razao pela qual não gosto de blogs:

dá trabalho ler!

tão simples quanto isso.
mesmo que depois tire prazer do assunto, tive trabalho no início. Acho que nunca compensa. Prefiro ser egocêntrica e falar sobre mim no meu blog. Aí ninguém me priva.
agora... ouvir os outros? hum... ainda tenho muito que crescer. até lá dou-me ao luxo de não querer saber.

a propósito,
não conhecia este lado teu

Anónimo disse...

aprecio imensamente o dona mariana


para falar a verdade nao =) mas também nao desaprecio