Se está alguém desse lado, a ler antentamente o que venho dizendo ou então simplesmente a ler na diagonal, certamente terá sentido esta dura e longa ausência de vida neste blogue. Mas, como o prometido é devido, e já que prometi que só falaria de coisas que realmente fossem de interesse (p'ra mim, claro está), é razoável assumir que nada de interessante se passou nestes últimos dias de Janeiro, o que alías é perfeitamente verdade. Contudo, há algo a que gostaria de fazer referência: para todos quantos me lêem e lêem também o jornal da ESAG (Zigesag) certamente é notório que uma única publicação do jornal comporta mais textos meus do que este blogue até este dia. É um prestígio que não mereço de todo. Foram publicados quatro poemas meus no jornal (publicados unicamente na Internet) e um texto de carácter mais cientifico, não o sendo integralmente. Quero só deixar bem marcada aqui a ideia de que é uma honra que não mereço, um destaque que está para além do que esperaria um jovem autor como eu, mas, por outro lado, um inexplicável contentamento de que realmente não estava à espera.
Bem, senhoras e senhores, leitores em geral deixo-vos com um poema dos que nesse jornal estão publicados, esperando que gostem e, se vos aprouver, me digam algo.
P.S: Aprouver significa, popularmente falando, apetecer.
O Poema para não ser lido
Não me leia,
Que tem você a ganhar com versos ocos?
Patéticos, pútridos, parcos, poucos,
Dados a esta desistência de não terem desistido…
Pela sua herege, hegemónica e heterogénea existência
Num poema para não ser lido.
Acredite-me, perde tempo a ler isto…
Crê-me capaz de congeminar aqui uma charada
Em versos duma pobreza subliminar e desusada
Nus, nefastos, nauseantes como nunca se tem visto?
Seria sublime, não? Seria, se houvesse algo que se lesse,
Usaria, então, de toda a arte que potencialmente possuo,
Recuaria e recriaria, como recrio e recuo,
Adulterando tudo aquilo que disse…se isto se desse.
Infelizmente, pode ser que tudo isto, ainda assim, se dê,
Maldito seja eu por esta vil e infame complicação,
Poder-me-iam arder as entranhas, se assim tivesse sido…
E queimar a ideia a carne, como me queima o coração!
Rejeita o que disse? Ora, não me desdigo! Não.
Ainda por cima num poema para não ser lido!
Que tem você a ganhar com versos ocos?
Patéticos, pútridos, parcos, poucos,
Dados a esta desistência de não terem desistido…
Pela sua herege, hegemónica e heterogénea existência
Num poema para não ser lido.
Acredite-me, perde tempo a ler isto…
Crê-me capaz de congeminar aqui uma charada
Em versos duma pobreza subliminar e desusada
Nus, nefastos, nauseantes como nunca se tem visto?
Seria sublime, não? Seria, se houvesse algo que se lesse,
Usaria, então, de toda a arte que potencialmente possuo,
Recuaria e recriaria, como recrio e recuo,
Adulterando tudo aquilo que disse…se isto se desse.
Infelizmente, pode ser que tudo isto, ainda assim, se dê,
Maldito seja eu por esta vil e infame complicação,
Poder-me-iam arder as entranhas, se assim tivesse sido…
E queimar a ideia a carne, como me queima o coração!
Rejeita o que disse? Ora, não me desdigo! Não.
Ainda por cima num poema para não ser lido!
Rafael Cardoso Oliveira
Podem encontrar os outros três poemas e o texto de que falo na página:
Os poemas dão pelo nome de: "O Poema patético"; "À morte"; "A Bicicleta";
O outro texto: "Alunos de Biologia da ESAG visitam novo espaço de Ciência"
Citações escritas:
I was working on the proof of one of my poems all the morning, and took out a comma. In the afternoon I put it back again.
Oscar Wilde
Better to write for yourself and have no public, than to write for the public and have no self.
Cyril Connolly
"As Portas que Abril Abriu... "Ary dos Santos
Libertação
Sem comentários:
Enviar um comentário