(o leitor aborda agora o texto ao som da música, tomando toda a cena uma carga dramática transcendental, profunda. Deve estar de costas para o público, para o mundo em geral, sem mostras de hesitação ou excitação como que o rejeitando; assim lê)
E ainda que muito se deva, neste caso concreto, a um génio que é hoje comummente aceite e aclamado, não menos se deve à expectativa que se cria quando há algo que, pelos melhores motivos, nos desperta a curiosidade (é conveniente que o leitor se aperceba de que "E ainda..." vem na continuidade da primeira frase escrita neste post e não cai ali de para-quedas, ou , pior até, sem ele; caso não o perceba é também conveniente que finja que percebe, aqui não há canastrões!). É isto que este post vem a ser (além de naturalmente tardio para vós, sendo que, em verdade, nunca tarda porque eu não prometo nada em termos da publicação assídua de posts por estar plenamente ciente da minha incapacidade para cumprir prazos e, ainda por cima, cumprir prazos em algo que faço por meu próprio, e sádico, gosto é algo que transcende as minhas normas neste local).
Admirem, também, o meu talento de escrever orações mais complexas dentro de parêntesis do que as que realmente interessam e que, como tal, estão fora deles. Espero que ainda estejam a ouvir a música, se assim não for recomendo que recomecem, o tom dramático de um requiem ajuda sempre: se estamos contentes é porque é bonito, se estamos tristes é porque é de uma nobreza inigualável, se o não soubermos apreciar, das duas uma: ou somos vítimas da ostracização musical que a sociedade impõe, admitamos que inadvertidamente, porque não vê a música como uma matemática aplicada (por exemplo) ou então estamos de barriga para o ar, mais bonitos do que alguma vez estivemos, rodeados de variados renques de flores e um coro de carpideiras se quisermos por as coisas em termos chãos. Não fosse o facto do rigor mortis o exigir e esta chalaça seria toda ela feita em termos menos metafóricos.
Se ainda não deram conta, este post destina-se unicamente a ser uma introdução, um prefácio, uma aurora para um esplendoroso amanhecer. Ou assim seria, se este sitio tivesse algo de esplendoroso...Mas não vos quero enganar, hoje os termos são simples, são latos, são baratos. Amanhã segue-se a marcha, não especialmente de morte, nem de vida, é só uma marcha cujo ritmo se marca hoje.Hoje há como que um luto de palavras. Silêncio.
Hoje não se diz nada.
Citação de eterno descanso:
Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.
Te decet hymnus, Deus, in Sion,
et tibi reddetur votum in Jerusalem.
Exaudi orationem meam,
ad te omnis caro veniet.
Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.
"I think not!"
Nota: Uma versão melhor do Introitus inclui também o "andamento" (parte da missa de requiem) seguinte no link que forneci (Kyrie Eleison), quem quiser ouvir, faça-o, sendo que está tudo no mesmo vídeo. Mas o que vale para o post, para já, é só o Introitus. Mas eu compreendo que oiçam o resto, John Eliot Gardiner não se pode deixar a meio, é demasiado bom.
Admirem, também, o meu talento de escrever orações mais complexas dentro de parêntesis do que as que realmente interessam e que, como tal, estão fora deles. Espero que ainda estejam a ouvir a música, se assim não for recomendo que recomecem, o tom dramático de um requiem ajuda sempre: se estamos contentes é porque é bonito, se estamos tristes é porque é de uma nobreza inigualável, se o não soubermos apreciar, das duas uma: ou somos vítimas da ostracização musical que a sociedade impõe, admitamos que inadvertidamente, porque não vê a música como uma matemática aplicada (por exemplo) ou então estamos de barriga para o ar, mais bonitos do que alguma vez estivemos, rodeados de variados renques de flores e um coro de carpideiras se quisermos por as coisas em termos chãos. Não fosse o facto do rigor mortis o exigir e esta chalaça seria toda ela feita em termos menos metafóricos.
Se ainda não deram conta, este post destina-se unicamente a ser uma introdução, um prefácio, uma aurora para um esplendoroso amanhecer. Ou assim seria, se este sitio tivesse algo de esplendoroso...Mas não vos quero enganar, hoje os termos são simples, são latos, são baratos. Amanhã segue-se a marcha, não especialmente de morte, nem de vida, é só uma marcha cujo ritmo se marca hoje.Hoje há como que um luto de palavras. Silêncio.
Hoje não se diz nada.
Citação de eterno descanso:
Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.
Te decet hymnus, Deus, in Sion,
et tibi reddetur votum in Jerusalem.
Exaudi orationem meam,
ad te omnis caro veniet.
Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.
"I think not!"
Nota: Uma versão melhor do Introitus inclui também o "andamento" (parte da missa de requiem) seguinte no link que forneci (Kyrie Eleison), quem quiser ouvir, faça-o, sendo que está tudo no mesmo vídeo. Mas o que vale para o post, para já, é só o Introitus. Mas eu compreendo que oiçam o resto, John Eliot Gardiner não se pode deixar a meio, é demasiado bom.
2 comentários:
já viste que obrigas as pessoas a abrir 2 páginas separadas para poder ouvir a música ao mesmo tempo que lê o teu post?
este dia será sempre recordado, não como o dia da morte de michael jackson, mas como o dia em que o blog do rafa voltou à vida. rejubilai.
por falar em requiem, o filme requiem for a dream é perturbante.
hum... só vi ag que o post já é de dia 20... oh e o paradoxo da segunda parte do meu comment tava tao giro... culpa tua, que prometes um "amanhã" em que nada aconteceu...bloguisticamente falando.
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