segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Vitae

Após longa e valorosa, diga-se também, ausência este post marca o regresso da vida a este blogue. Então nada melhor do que um poema sobre isso, ou quase sobre isso. Não há muito para dizer de resto, o Barack Obama foi eleito e o mundo mudou mas ainda não mudou o suficiente para que houvesse uma inspiração de prosa por estes lados. Não, aqui é só (ou quase só) forja de versos e já é chato que chegue.

Aqui vai:

Vitae

Há um tédio aterrador e opressivo

E uma força brusca de inspiração indizível

Que leva a escrever mesmo sem motivo,

Ainda que nada que aqui se escreva seja crível,

Aprazível ou mesmo vivo.


O problema é a concentração de tédio sobrenatural

Que não se move a favor do homónimo gradiente,

Que tudo aqui é funcional, enérgico e certo e minimal

Sem que isso diga algo além do aparente.

Aqui não há segredos, nem lendas fenomenais…

Não se pode inventar além da imaginação contada,

Contável, enclausurada e matematizada e (mate)matizável

A níveis incríveis… por paranormais.


E a metafísica disto é nula, não há nada que viva realmente,

Em nada disto há senão um tédio dormente e dolente,

Que docemente nos consome a todos. Está tudo a dormir e,

[dormindo,

Lá fora há sol a rodos e chuva zunindo e um dia tão diferente.


E pensar que a química vital não é a química da vida…

(nem o docente)

Rafael Cardoso Oliveira


Citação Vital:


"Que importa o areal e a morte e a desventura

Se com Deus me guardei?

É o que eu me sonhei que eterno dura

É Esse que regressarei."

F. Pessoa, Mensagem



Da capo al fine


X


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